Casa-Contêiner

05/12/2011 11:00

Depois das escolas de lata e das pop-up stores, o mercado brasileiro resolveu adotar novos usos para os contêineres, antes reservados às áreas portuárias para o armazenamento de cargas. Assim como em diferentes partes do mundo, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, bares, lojas, restaurantes e hotéis surgem dentro da estrutura de aço, como forma alternativa e sustentável de instalar o novo negócio.

 

Casas-contêineres começam a ganhar força no mercado brasileiro

 

Mas a ideia começa a ir além e dar origem a casas-contêineres, que não deixam nada a desejar em conforto, qualidade de vida e bem-estar a uma construção tradicional. É o que garante o arquiteto Danilo Corbas, que há quatro meses trocou seu apartamento de 70 m² em um bairro de São Paulo por uma casa-contêiner de 196 m².

 

Casa-contêiner do arquiteto Danilo Corbas é distribuída em dois pavimentos

 

 

Formada por quatro contêineres marítimos (de 12 metros de comprimento por 2,9 metros de largura), comprados em São Vicente, litoral paulista, a moradia é distribuída em dois pavimentos. A parte de baixo reúne salas de jantar e estar, cozinha, uma suíte de hóspedes, escritório e área de serviço. No piso superior, duas suítes.
 
“Após quase dois anos de pesquisas sobre habitações desse tipo fora do Brasil e sobre as tecnologias disponíveis para a viabilização arquitetônica e financeira pude, finalmente, desenvolver meu projeto”, afirma Corbas, que, mais do que uma estética industrial, queria desenvolver uma residência “ecofriendly”, na qual só fossem utilizados materiais reaproveitados, equipamentos e produtos sustentáveis e ecologicamente corretos. Além disso, queria que os entulhos aparecessem em menor quantidade e que a obra tivesse uma execução rápida.
 
“Além de reaproveitar a própria estrutura, fiz questão de reutilizar também materiais descartados, como vigas e perfis que foram garimpados em ferro velho”, diz o arquiteto, que pode economizar em recursos naturais, como areia, tijolo, cimento, água e ferro, não utilizados na construção. “Ao final, isso implica em uma obra mais limpa, com redução de entulho e outros materiais.”
 
Para garantir ainda mais a sustentabilidade do projeto, Corbas instalou telhado verde e telhas térmicas para auxiliar no isolamento térmico, utilizou paredes e forros de dry wall – o que contribuiu para a dimunição da sujeira e a vedação acústica –, instalou um sistema misto de aquecimento solar e outro para coleta e reutilização da água da chuva para irrigação do jardim, limpeza externa e máquina de lavar roupa.
 
Além de sustentável, o arquiteto ainda provou que em uma casa-contêiner é possível economizar mais energia. “Hoje, pago, em média, R$ 50 de conta de luz, um valor muito menor do que pagava no antigo apartamento. Mesmo o espaço sendo muito maior e eu e minha esposa trabalhamos em casa”, conta Corbas.
 
Para isso, o arquiteto utilizou ventilação cruzada, o que elimina a necessidade de ar-condicionado, recortou grandes e numerosas janelas pelas paredes de aço para não precisar da iluminação elétrica durante o dia e só utilizou lâmpadas LED.
 
A frente da casa, que fica dentro de um condomínio residencial na Granja Viana, em Cotia (SP)A iluminação de toda a casa é feita com lâmpadas LED, o que já deu resultado na conta de luz do arquitetoJanelas grandes foram recortadas no contêiner com o objetivo de garantir iluminação natural aos ambientesA casa é distribuída em dois pavimentos. Em baixo, área social, de serviço, cozinha e escritório. No piso superior, duas suítes
 
 
Fonte: IG Delas